História do Ribeirão Preto

 

Narrador:

 

 

Coro:

 

 

 

Narrador:

 

Coro:

 

 

 

Todas:

 

Coro:

 

 

 

Todas:

 

Música:

 

 

Narrador:

 

 

 

Canto:

 

Todos:

 

Coro:

 

 

 

 

Narrador:

 

 

 

 

 

 

Cena:

Uma voz:

 

 

Outra voz:

 

 

 

 

Todos

 

Escrivão

 

 

 

 

 

 

 

 

Narrador:

 

 

 

 

Todas:

 

 

 

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Cena:

 

 

 

Uma voz:

 

Outra voz:

 

Outra voz:

 

Todos:

 

Todas

 

Coro:

 

 

Todas:

 

 

Narrador:

 

 

 

 

 

 

 

Coro:

 

 

 

Cena:

 

 

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Cena:

 

 

Narrador:

 

Cena:

 

 

 

Fazendeiro:

 

 

 

 

 

 

Uma voz:

 

 

 

 

Narrador:

 

 

Todas:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cena:

 

 

Preta:

 

Padre:

(espantado)

 

 

 

Preta:

 

 

 

 

Narrador:

 

Coro:

 

 

Narrador:

 

 

Coro:

 

 

 

 

Narrador:

 

 

 

 

 

 

 

 

Todas:

 

Narrador:

 

 

Todas:

 

 

 

 

 

 

 

Narrador:

 

 

 

 

Todas:

 

 

 

Narrador:

 

 

 

 

Coro:

 

 

 

 

Narrador:

 

 

 

 

 

 

 

 

Narrador:

 

 

 

 

 

Coro:

 

 

 

 

Todas:

 

Narrador:

 

O local que hoje chamamos de Ribeirão Preto, antigamente, era só mata virgem, habitada por índios e animais ferozes.

 

1 – Veio a 1ª imigração da África para o Brasil

2 – No meio deles, negros alfabetizados

3 – Coitados! Vieram enganados

 

Foram os troncos das famílias

 

1 – Aleluia, Tavares

2 – Cruz, Tomé

3 – e Martins

 

Eram solteiros

 

1 - Eram fortes e valentes

2 – Instalaram-se em Descoberto, município de Cataguases

3 – Mas não se submeteram à escravidão

 

Numa revolta mataram seus patrões

 

Lá vem o negro” (Entram 5 pretos, vestidos de branco com a espada na mão, dançando no ritmo da música)

 

Fugitivos, localizaram-se no Ribeirão Preto. Lá compraram as moças e se casaram com elas.

Constituíram família e eram felizes. Suas crianças brincavam alegremente.

 

“Pretinhas da Guiné” (Canto e coreografia por um grupo de crianças).

 

Os pretos do Ribeirão não se submeteram à escravidão

 

1 – Trabalhavam  no meio dos escravos

2 – Mas não eram escravos

3 – Eram remunerados pelo seu trabalho

4 – Enterravam o dinheiro para comprar suas terras.

 

Quando completaram o dinheiro que se destinava à posse legal do terreno rumaram para Ouro Preto para passar a escritura. Viajaram a pé, usando alpercatas feita de couro de tamanduá, fabricada por eles, As peças do vestuário eram de algodão que fora plantado, fiado e tecido por eles.

Quando fazia muito calor, tiravam a camisa e a calça jogavam-nas às costas e caminhavam apenas de ceroula.

 

(5 pretos vestidos de branco  chegam ao cartório em Ouro Preto)

Seu Dotô, nóis viemo

das banda do Sapé de Ubá

 

Dinhêro? Pode vê, nóis temo.                                       (Projetar slide com

Viemo a escritura passá                                                casario de Ouro Preto)

das terra do Ribeirão

que cum nosso suô,

cheio de calo nas mão

cavemo p’ra sê nossa, Dotô!

 

Muito bem! Vamos sentar,

Seus pretos valentes.

Vamos o termo lavrar,

para que fiquem contentes.

E p’ra a escritura selar

Vou cortar o seu cabelo.                                                   ( Cortar o cabelo do

Essa é a lei, tem que aceitar.                                               preto e pregar com        

Pois esse é que é o selo.                                                     lacre no livro.)   

 

Tornaram-se proprietários dos 400 alqueires de terra que foram divididos pelos 5. Cada um tornou-se proprietário de 80 alqueires de terra.

 

(Projetar slide de terreno, lavoura, etc...)

 

Pela lição de comunidade!

1 – Como na vida dos primeiros cristãos,

2 – Não havia necessitados entre eles

 

Veio a Guerra do Paraguai

1 – A Febre Amarela rondava a região fazendo vítimas

2 – Os filhos solteiros e os netos embrenhavam-se no mato

3 – Para não serem recrutados para a guerra.

 

(Entram 5 velhos, ajoelham-se e rezam)

 

São Pedro, ora a nossa aflição

A Febre Amarela mata,

A guerra é u’a destruição

 

Se a febre ninguém ataca,

 

Se nossos fio p’ra guerra num fô chamado

 

aqui, São Pedro, um cruzeiro, vai sê fincado!

 

5 anos de guerra! 5 anos de febre amarela!

 

1 - Ninguém foi para a guerra

2 – Ninguém morreu de febre

 

Cumpriram a promessa. O Cruzeiro do Ribeirão preto foi erigido em 1.870 por Vicente Cruz.

 

Esse Cruzeiro fica em frente à Capela do Ribeirão Preto

 

( Projetar slide do Cruzeiro)

 

O primeiro que ali foi levantado não existe mais.

Quando apodrece, corroído pelo tempo, é substituído por outro. O atual cruzeiro foi oferecido pelo Coronel Joaquim Martins;

 

1 – Não era permitido que as pretas do Ribeirão se casassem com moços de fora.

2 – Só podiam se casar com os pretos de lá.

 

(Chega um preto com uma trouxa nas costas. Ajeita-se, muda a roupa, as pretas vão chegando e ele acaba namorando uma delas. Saem de cena)

 

Como não podia deixar de acontecer, casaram-se.

 

(Passam pela cena ele e ela, com trajes nupciais de braços dados, passam com o cortejo sob o arco de flores)

 

Os anos se passaram. Num belo dia....

 

(Entra um fazendeiro branco com a polícia, encontra-se com o ex-escravo que trabalhava na enxada e insiste para levá-lo, pois o comprou e não pode perder dinheiro.)

 

Pega, soldado,

Esse escravo fujão.

Muito tenho andado

para tê-lo na mão.

 

(Chegam os pretos, senhores do Ribeirão)

 

Calma, calma meu amigo;

Daremos a alforria

Ao escravo fugitivo,

para a nossa alegria.

 

Mais um negro se tornou livre nas terras do Ribeirão Preto.

 

 

Houve missões na Paróquia de Sant’Ana do Sapé.

(Toque festivo de sino)

 

(Projetar slide da fachada da igreja antiga)

 

1 – As pretas do Ribeirão vieram enfeitadas com suas jóias,

2 – Montadas em seus belos cavalos ricamente ajaezados.

3 – Dirigiram-se à igreja para se confessar.

 

(Projetar slide do interior da igreja)

 

(Padre no Confessionário. Pretas na fila, com vestidos compridos e véu preto na cabeça. Uma se dirige ao confessionário, cheia de cordões de ouro.)

 

Padre, daí-me Vossa Benção porque pequei.

 

Dona, quanto ouro!

Bem curioso estou:

P’ra ter tal tesouro

onde  estas jóias achou?

 

Padre, não se espante;

meus cordão, pulseira,

comprei do viajante

Pois sou fazendeira;

 

E a bondosa senhora, confessou tranqüilamente seus pecados.

 

1 – Os negros do Ribeirão eram ricos e independentes.

2 – Por isso os escravos de Sapé de Ubá tinham raiva e inveja deles

 

Entretanto os pretos do Ribeirão eram amigos dos homens mais importantes do Sapé que eram seus protetores.

 

1 – Capitão Jacinto Simões

2 – Roque Lopes Cattete

3 – A família Varela

4 – O Pe. Severiano Anacleto Varela

 

A fazenda de Sant’Ana da Serra possuía 40 escravos e o imenso terreiro da mesma fora feito pelos escravos na “cacunda” deles, como diziam. Um Comendador que comprou a fazenda queria forçar os negros do Ribeirão a fazerem a estrada para o Sapé, vindo da fazenda.

 

1 e 2 - Os negros protestaram porque não eram escravos.

3 – Mas o Comendador disse que podia provar pelos livros do Cartório que eles não eram livres.

 

Os negros se revoltaram e se dirigiram para Sapé de Ubá

 

Chegando aqui, rumaram para a rua “Corta Rabo”, hoje Rua Santa Cruz, onde ficava o Cartório de Paz e rasgaram os livros destruindo-os.

 

Ficaram criminosos, mas os amigos do Sapé, pagando 100 mil réis, conseguiram tirá-los da cadeia.

 

1 – Mas o crime era grande e deveriam ser punidos.

2 – Para prendê-los veio um alferes de Ouro Preto com a soldadesca

3 – Aproveitaram o dia de um importante casamento que houve no Ribeirão Preto

 

Casaram-se naquele dia a filha do Raimundo Miguel da Cruz com o Higino Tavares, filho do Alferes João Antônio Tavares, que não foi preso porque era Alferes e, aconselhado pelos amigos de Sapé de Ubá não foi até o Cartório junto com os outros.

 

Que homem inteligente era o Alferes!

 

1 – Naquela época já era assinante da “Gazeta de Notícias”

 

Conta-se que o Imperador visitou a Fazenda de Sant’Ana da Serra, conforme inscrição de uma placa na entrada da mesma.

 

(Slide da Fazenda de Sant’Ana)

 

2 – Os pretos do Ribeirão foram visitar o Imperador.

3 – Comentava-se que, em vez de lhe beijarem as mãos, beijaram os pés do Soberano.

 

 

13 de maio de 1.888

 

(Leitura do texto da Lei Áurea)

 

1 – Quando foi abolida a escravidão no Brasil os habitantes do Ribeirão Preto nem vieram à festa.

2 – Já eram fazendeiros

3 – Independentes e ricos

 

No princípio da década de 40 uma epidemia de febre tifóide vitimou inúmeras pessoas no Ribeirão Preto.

 

 

 

 

1 – O nosso atual prefeito Sebastião Cruz que residia lá,

2 – Apoiado pelo grande higienista Dr. Raton, chefe do Posto de Saúde de Ubá,

3 – Conseguiu debelar o mal.

 

Em 1.944 foi totalmente erradicado o tifo do Ribeirão Preto.

 

Desde que foi inaugurado o Cruzeiro do Ribeirão Preto em 1.879m se comemora com grande entusiasmo naquela região a festa do padroeiro São Pedro, com rezas, missa, procissão, barraquinhas, leilão e a tradicional fogueira.

 

(toque de sanfona)

 

É uma festa folcórica que congrega moradores de várias cidades da vizinhança para se divertirem assistindo os fogos de artifício pulando a fogueira e louvando São Pedro.

(Projetar slide da festa deste ano)

 

 

 

 

Texto escrito pela Profª Carmem Cattete Reis Dornelas

 

Apresentado durante uma FESTA de SANTANA na Praça Santo Antônio.