FUTEBOL

Em entrevista concedida, em 1.974, a Wilton Franco e Ildefonso José Vieira, o Sr. Trajano Viana, homem que em vida foi sempre ligado à cultura e o esporte, contou que por volta do ano de 1.922, vieram para Guidoval uns rapazes para instalar um Posto para tratamento de Verminose.

A pessoa ia ao posto, fazia os exames de fezes, se necessário; tomava o remédio, lá mesmo. Eles não davam o remédio para levar para casa.

No meio destes rapazes tinha uns três que gostavam de futebol.

Por esta ocasião, estavam construindo, a picareta, a antiga estrada de terra, de Guidoval para Ubá. No meio destes trabalhadores tinha um sujeito muito entusiasmado, chamado Antônio Joaquim Carneiro, que juntos aos rapazes fundaram o primeiro time de futebol de Guidoval. O clube levou o nome do fundador, Antônio Joaquim Carneiro Futebol Clube.

O Sr. Belarmino Campos, músico, ourives, escritor, jornalista, ator e dramaturgo jogou neste time.

Mais tarde, fundou-se o Sapeense Futebol Clube. O campo era localizado no local chamado Largo, hoje a Praça Santo Antônio.

Pelo que o Sr. Trajano Viana, descreveu, nesta entrevista, no meio do campo passava uma estrada, que seria a continuação da Rua dos Tocos, depois Conde da Conceição, hoje João Januzzi, em direção à Rua São Vicente de Paulo, passando em frente a atual prefeitura, que seria a antiga estrada, Ubá-Guidoval-Cataguases.

Seguindo a sua narrativa, o Calixto, pai do Lilico, avô da Roberta, era um jogador completamente desengonçado, não tinha chute, mas era um goleador nato.

Num jogo entre o Sapeense e o Aymorés de Ubá, o Calixto, passou por um adversário na estrada, foi calçado, caiu, perdeu o boné, levantou, voltou para apanhar o boné, pôs na cabeça e ainda fez o gol.

Outro detalhe : Nesta partida, o gol foi deslocado, mais à frente, pois na casa onde residia o Sr. Cristiano Alves, o Tianin; pai do Mundico; que ainda hoje, reside neste local, tinha uma cerca de espinhos. A bola batia e furava.

O forte do time era jogar para cima, para o lado da casa do Mundico, o que indica que o campo não era plano, e sim com declive. Tinha, o campo, uns 70 metros de cumprimento

Depois o campo de jogo de futebol, passou-se para a Rua do Alto, onde é hoje a Praça do Rosário, devida a uma Igreja do Rosário, que nunca chegou a ser totalmente construída.

Neste local existia um grande cruzeiro, que resistiu bastante ao tempo. Custou a cair. De tanto se falar que iam jogar lá no cruzeiro, o nome pegou e o time passou a se chamar Cruzeiro Futebol Clube, não é, palavras do Sr. Trajano; como o caso do Cruzeiro Esporte Clube, de Belo Horizonte, que antes chamava-se Palestra Itália, e mudou o nome, por causa da Segunda Guerra Mundial.

Mais tarde, os esportistas e empreendedores locais, fizeram uma associação, dividiram ações e com a ajuda da Prefeitura de Ubá, pois naquela época, Guidoval chamava-se Sapé, e ainda era distrito deste município, compraram o terreno, situado no fim da Rua Treze Maio e construíram o campo. Hoje é o Estádio Geraldo Luiz Pinheiro, o Ninho das Águias; como costumam chamar os torcedores mais fanáticos.

O Cruzeiro é filiado à Federação Mineira de Futebol (FMF) e à Liga Atlética Ubaense (LAU).

Os títulos mais importantes do Cruzeiro foram em 1.952, como Campeão de aspirantes da Liga Atlética Riobranquense. Este torneio contou a participação de 18 cidades.

Neste mesmo ano, com o time principal, foi Campeão da TAÇA DISCIPLINA, não tendo nenhum jogador expulso, durante todo o campeonato e ainda foi o Vice-campeão do Torneio Regional. O título foi perdido num empate de 3 X 3 , com o Aymorés de Ubá. Neste jogo, de acordo com o livro "A História do Futebol de Ubá", do guidovalense Joarez de Freitas; o Cruzeiro foi roubado descaradamente pelo juiz da partida, pois um dos gols do Aymorés, foi irregular, tendo a bola saído mais de 1 metro.

Constam na galeria de grandes craques do Cruzeiro os atletas :

Adão do Juca, Álbero Campos, Ângelo do Olivier, Anito Siqueira, Arlindinho, Aulo Meireles, Áureo Ribeiral, Bageca, Batista Geraldo, Biquinha, Brás do Zé Firmino , Brito do João Rossi, Calixto, Cândido do Zico Didu, Celso Tavares, Chiquinho Matos, Cidinho Vieira, Domício, Dunga, Duzinho, Edson (da Padaria) Vieira Andrade, Elier, Eloir Máximo , Elzo de Barros, Etiene, Geraldo Pinheiro, Geraldo Vieira, Gonzaga do Duzim, Helinho, Ítalo, Jair Dentista, João Eliete, Jorginho Cariá, Juca Alfaiete, Justino (pé-de-anjo), Kôde, Laerte Catette, Landinho Estulano, Leco, Lilico, Mantovani, Moacir Gonçalves, Mundico, Neném do Canico, Odilon Pelé, Olivier, Ozéas, Paulo Pereira, Renatinho , Renato Sapateiro, Saint-Clair, Saninho, Silvestre , Tatão Eloy, Tuninho Estulano, Ventura, Victor, Zé Alan, Zé Américo, Zé da Conceição, Zé do Gil , Zé do Juca, Zé Maria Matos, Zequinha , Zuim.

Jogo de Confraternização entre os Veteranos do Cruzeiro e Visitantes de Petrópolis.
De pé : Jorginho Cariá, Zé Alan, Moacir, Zé Amaro, Otávio Vieira, Jair Dentista, Tuninho do Açougue, Geraldo Pinheiro, Edson da Isolina, Lucas de Freitas Vieira, Cidinho Vieira, Lelei Vieira, Dé do Zizinho, Marcinho Nalon, Vasquin do Duzin, Celinho Albino, Mateus Vieira, Lopeta, Claúdio do Domício, Renatinho e Tarcísio Cusati.
Agachados : Vitório do Barreiro, Toninho da Serra da Onça, Josué, Kléber Ribeiro, Jorge Mira, Brás do Zé Firmino, Gonzaga Vieira, Etiene, Luciano Ferreira, Genorinho.

No campeonato regional de 1.951, o artilheiro foi o atacante Tuninho Estulano. A maioria das pessoas que o viram o jogar, dizem que foi o maior cabeaçador de toda a região, em todos os tempos.

De vida efêmera, mas nem por isso menos vibrante e vencedor; existiu no início da década de 70, o Esporte Clube Guidoval, comandado por José Pinto de Aguiar. O campo situava-se na Avenida Antônio Luiz da Silva Cruz, onde é hoje a sede da Sociedade Esportiva 66.

Ainda na década de 70, ocorreu um campeonato, que motivou todo o município; envolvendo os times do meio rural e da cidade. Nasceu uma rivalidade ferrenha entre o Renovação, representante da cidade, que usava uma camisa parecida com a do Clube de Regatas Flamengo, tendo como símbolo o urubu; e o Boa Vista, do meio rural, da Região da Serra da Boa Vista, apelidado de Lagartixa, que foi o campeão deste torneio.

Um clube singular, time dos mais humildes, principalmente no trato com a bola; foi o Vila Nova. Jogava no Campo do Bambu, que mais tarde popularizou-se por Campo do Vai-quem-quer. Hoje encontra-se desativado.

Os clubes do meio rural mantêm suas atividades, em caráter sazonal, mas sempre com garra, entusiasmo e vibração, destacando-se o Esporte Clube Guidoval, na Vargem Alegre; o Pombal, o Santa Bárbara, o Sete de Setembro, o Faixa Azul, o Ribeirão Preto, o Boa Vista.


Na FOTO : Brás do Zé Firmino
O time do CRUZEIRO Futebol Clube em seu uniforme tradicional (Branco-e-Preto), antes de um amistoso dos Veteranos contra uma equipe de Petrópolis.
De pé : Brás do Zé Firmino, Josué, Toninho da Serra da Onça, Genorinho, Moacir Gonçalves, Vitório da Barreira e Zé Alan.
Agachados : Etiene, Eloir , Gonzaga Vieira, Jorge Mira e xxx.

Em 1.990, o Cruzeiro Futebol Clube foi o Campeão da Liga Atlética Ubaeense ( L.A.U.). Este campeonato aceitava até 60 inscrições de jogadores, independente de estar jogando ou não em algum time profissional. Por esta época jogaram no Cruzeiro, o Palhinha ( ex- América Mineiro, São Paulo FC, time do Japão, Cruzeiro de Belo Horizonte, Clube de Regatas Flamengo), etc... ; o Edmundo ( Vasco da Gama, Palmeiras, Corinthians, Flamengo e agora a Fiorentina da Itália). Fizeram ainda parte do elenco Jailton ( goleiro ex-Maringá do Paraná), Vandeci ( na época juvenil do Cruzeiro de BH) ; Índio (ex-Bangu RJ) ; Deca ( em negociação com o Guarani de Campinas ) ; Álvaro ( ex América RJ ) ; Lau ( médio volante da cidade de Cataguases) ; Mamão ex-Anapolina ) ; Serginho ( ponta de lança, jogou na Arábia e Bélgica ) ; José Vitor ( ponta direita, na época Vasco da Gama ) ; Oliveiro ( Patrocinense ) ; Gilmar Francisco ( Cruzeiro BH e Botafogo RJ ) ; Nequinha ( Democrata de Governador Valadares ) ; Cuia ( Cabofrieense ) .

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Na década de 60 o Cruzeiro Futebol Clube contou com um grande elenco futebolístico, tanto no juvenil, infanto-juvenil e infantil.

JUVENIL - Veja FOTO :
Vianelo (ancião), Luiz Pinheiro, Zé Maria Matos, Célio Teixeira Albino, Candinho do Calixto e Zé Américo;Zé da Conceição, Lucas de Freitas e Oscar Matos ; Luiz Antônio Ribeiral, Cidinho Vieira, Chiquinho Matos e Eloir.
INFANTO-JUVENIL :
Tarcísio (do Sô Raphael) Cusati, Jorge ( do Jair) Sobral Venâncio, Zé Juber, Pedro Camargo, Zé Sérgio Damato, Preto do João Matos e Dilermando Ribeiral; Ângelo do Olivier e José Geraldo (Dunga) Matos; Luciano Ferreira, Paulo do Ferreirinha Paulo César Queiroga, José Jorge (Zé Bodega) de Freitas, Teco da Companhia (Pombal), Kléber Ribeiro dos Santos, Luiz Américo Ferreira, Gonzaga ( do Duzin ) Vieira, Júlio César Albino, Bráz do Calixto, Gilberto Pinheiro.
INFANTIL :
Marcellus Cattete Reis Dornelas, Felício Siqueira, Adauto Magalhães Ribeiral ,Roberto Vieira, Paulo Alberto (Pulica) de Matos, Roldão do João Gonçalves, Ronaldo Vieira , Onça do Zé Matias, Beto do Nenem do Felício, Francisco Matias, Tião Medonha, João (do João) Nunes, Braz do Zé Firmino, Ildefonso (Dé do Zizinho) Vieira, Jorginho Cariá, Flavinho do Dibens, Nélio Queiroga

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Veja o Getúlio Vargas Futebol Clube

Escrito em 20/03/1998 - atualizado em 07/02/2005