Vestígios e Falência de nossas Festas, Cultura e Tradições (1.982) (Ildefonso Dé Vieira e Lourdes Ribeiral Vieira)
Porta voz, desta cidade pura, a “Calouros”, rebusca à memória, resíduos e vestígios da cultura, festas e tradições da nossa história.
Oferendas a São Sebastião, Sô Orestes, leiloando caridade, footing de mocinhas no Fundão, Congadas, uma eterna saudade.
Roda, gira, ginga o povo, sapateia ao luar, não mate de novo a quem não se quer enterrar.
Exuberantes, festas escolares, com corda, pescoço e Tiradentes, reuniões de amigos nos lares, nas esquinas, nos bares, nos salões, nas colinas, nos altares, nos corações.
Debruçar, debruçar... e pescar piau da ponte, assuntar-se de boatos na sapataria, cantar a chuva que rega a fonte, enxugar-se no sol do novo dia.
Roda, gira, ginga o povo, sapateia ao luar, não mate de novo, a quem não se quer enterrar.
Na barbearia do Sô Nilo cantores, platéia e seresteiros, um banjo, um violino tranqüilo, violão, afoxé e pandeiros.
Ateneu, cinema e jornais, comícios com flor e passarinho, Turunas, Sapeense de saudosos carnavais, velhos costumes em desalinho.
Roda, gira, ginga o povo, sapateia ao luar, não mate de novo, a quem não se quer enterrar. |
Informações e Verbetes |
Esta música foi feita para a “Escola Calouros do Samba” no carnaval de 1982. Era uma denúncia e defesa da cultura da cidade de Guidoval. Cita alguns ícones da cidade que foram desaparecendo com o tempo.
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Orestes Occhi: Foi um grande leiloeiro na Festa de São Sebastião. Oriundo da Itália, junto com a esposa Rosa Lenzi, também italiana, formou uma grande família que contribuíram para o progresso de Guidoval.
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Footing no Fundão: A Rua de Sete de Setembro, mais conhecida por Fundão, foi por muito tempo a passarela de desfiles, nas noites de sábado e domingo, das moças casadoiras da cidade. A este desfile dava-se o nome de Footing (empréstimo inglês recebido através do francês). Falso anglicismo, recebido do francês. |
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Saraus: Reuniões de amigos nos lares, nas esquinas, nos bares, nos salões. |
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Pescar piau da ponte: De cima da Ponte, que foi destruída pela enchente de janeiro de 2012, pescavam diversos tipos de peixe, inclusive piau, do então piscoso Rio Chopotó. |
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Ateneu: O Ateneu Sapeense, (Teatro Lírico-Dramático-Literário), fundado em 1891, tendo como primeiro presidente o professor Belarmino Campos. Chegou a trazer ao Sapé de Ubá a mais famosa empresa teatral, dirigida pela célebre Itália Fausta. O Renato Moreira da Silva (Renatinho - DELEGADO), tentou manter a tradição com Centro de Cultura Guidovalense, mas sem nenhum apoio oficial e muito pouco, quase nada, da sociedade. |
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Mas não havia nada igual à barbearia do Sô Nilo, um habilidoso instrumentista na arte de executar o violão e o banjo. Era só principiar a noite para ele guardar os seus apetrechos de barbeiro e montar uma pequena casa de show. Surgiam amplificadores, caixas de som, plugues, maracas, afoxés e outros instrumentos. O salão de barbearia se transformava num palco. A Rua do Fundão virava uma casa de espetáculo, interrompida por uma multidão que, atenta, parava para escutar o sarau. Aos poucos, iam aparecendo os protagonistas da sessão. O Sr. Odilon Reis com o seu sonoro violino; Jeová e sua possante voz lembrando o Vicente Celestino; Sô Lau e o inconfundível pandeiro; Josias do Pombal (cantor e compositor inspirado), Zé do Fio (Barão) de possante e apaixonada voz; José Occhi (Bijica) de melodiosa voz tão bonita como a de Orlando Silva; Vicente do Dario do Chico do Padre (voz e percussão); Bebeto Ramos, Landinho Estulano e Zé do Gil (cantores). |
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Cinema: O primeiro cinema da cidade foi de João (Marceneiro) Januzzi.Depois o Severino Occhi foi proprietário por muito tempo do cinema local. Além de exibições cinematográficas, servia para apresentações teatrais, festas de formatura e até reuniões para palestras para agricultores.
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Jornais: Diversos jornais colaboraram com o progresso da cidade. Destacando-se O Sapé (1.906), O Apóstolo (1.907), Voz do Sapé (1.938), Cidade de Guidoval (1.953), 1º de Maio (1.953), O Espião (1.956), A Voz de Guidoval (1.961), Marlière (1.968), Saca-Rolha (1.977) e Jornal de Guidoval (2.003). |
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Turunas e Sapeense: Dois grupos carnavalescos rivais. Um grupo defendia com unhas e dentes o velho Partido Republicano Mineiro, depois virou Partido Republicano (PR), cujo líder eras o Deputado Felipe Balbi. A outra agremiação veio desaguar no Partido Socialista Democrático (PSD), que tinha por líder o Senador Levindo Coelho.
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Comícios com flor e passarinho: A política corria no sangue dos guidovalenses. Disputas acirradíssimas marcavam as campanhas eleitorais. Como os belíssimos discursos agricultor Laércio Andrade, a Patativa do Chopotó, epíteto elofioso criado pelo advogado Dr. Campomizzi Filho, casado com uma guidovalense. Este ilustre tribuno dizia que Guidoval era a terra das mais belas moças de Minas Gerais, quiçá do Brasil.
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VELHOS CASARÕES – alguns já demolidos |
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FESTA JUNINA
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VELHOS CARNAVAIS
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FESTAS RELIGIOSAS
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FESTAS CÍVICAS |
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