Prefeito Sebastião Cruz
Dia 25 /06/1910, nasce na localidade denominada Fazenda do Paiol, distrito de Rodeiro e Comarca de Ubá um lindo menino, que mais tarde se tornaria Sebastião Cruz, um homem de fibra, um político honesto, o Grande Prefeito de Guidoval...
Memórias de um político do Interior
Filho de Silvino Cândido da Cruz e de D. Quitéria Cândida de Jesus, nascido no dia 25 de junho de1910 na localidade denominada Fazenda do Paiol distrito de Rodeiro e Comarca de Ubá, teve uma infância com muitas dificuldades por ser filho de pai pobre que era carpinteiro e vivia como nômade de sítio em sítio, prestando serviços para sustentar uma família numerosa.
Na época que ele foi criado, não havia escolas no meio rural, só foi aprender alguma coisa somente depois dos 15 anos de idade, porque pagou um professor particular que lhe ensinava em período noturno.
Seu pai foi acusado por um crime que não cometeu e eles foram obrigados a mudar para Diamante, onde Sebastião Cruz gostou muito de morar, viveram ali por uns três anos. Por volta de 1924 ou 1925, mudaram –se para uma fazenda onde formaram uma lavoura de café. Entre 1926 e 1927, mudaram –se para outro sítio. Participava de festas em Rodeiro, na Serra da Onça e Sapé de Ubá ( hoje em Guidoval ) entre 1928 e 1929. Depois foi morar mais perto da divisa do distrito do Sapé de Ubá (Guidoval ) numa casa coberta de sapé e de pau - a - pique.
No dia 1º de Outubro de 1932, perdeu seu pai com uma picada de cobra jararaca, na "Serra Queira Deus ".Sebastião viu o pai morrendo em seus braços. Se mudaram para uma propriedade as margens do Rio Chopotó, numa localidade conhecida como Prainha, onde morou por 6 anos. Construiu um barco de madeira que usavam para atravessar de um lado para o outro. Em 1938 Getúlio Vargas anuncia a eleição, Sebastião Cruz já estava em idade de se alistar como eleitor, no dia da eleição foi para a cidade de Rodeiro e deu seu voto aos candidatos do Doutor Levindo. Em toda a sua vida política sempre acompanhou os " Coelhos ". Poucos meses depois se mudou para uma propriedade que ficava em frente ao lugar anterior, só que do outro lado do Rio Chopotó, ali moraram de 1933 a 1937.
No dia 23 de junho de 1937 se casou com Lindaura Amaro Simião. No dia 20 de Agosto de 1938 estava fiando fumo mais ou menos 10: 00hs da noite quando resolveu ir até a cozinha por achar que sua mulher estava calada demais, ela estava passando mal, naquele dia nasceu a maior alegria de sua vida. Continuaram morando ali até 1944 com muitas alegrias, apesar do fato de ter perdido três filhas ( Maria Ana, Maria do Carmo e Maria da Conceição.
Somente 12 anos depois vieram a nascer Maria das Graças e Maria de Fátima, que já nasceram quando eles residiram na rua Santa Cruz. Sebastião Cruz estava deixando sua trajetória de lavrador para se tornar comerciante e político, a partir de 11 de Dezembro de 1944 dedicou-se mais ao comércio, neste dia ele se mudou para a localidade denominada Córrego Seco, nas proximidades de Ribeirão Preto, ali ele se estabeleceu com comércio de cereais e bebidas. No dia 21 de Agosto de 1947, perdeu sua mãe neste mesmo ano ele foi convidado para participar da campanha política do Prefeito de Ubá.
Até 1952 moraram no Córrego Seco, onde fez muitos amigos. No dia 27 de dezembro de 1948, o Governador Milton Campos sancionava a lei n° 336 dando a Guidoval sua autonomia como Município.
Apesar de Sebastião está residindo na fazenda Bom Sucesso, na Zona Rural, foi convidado para se candidatar a Vereador pelo PSD, terminada a campanha, chegaram as eleições e ele conseguiu se eleger como segundo mais votado. Sebastião era tão querido que um dos seus adversários dentro da prefeitura o convidou para ajudá-lo a encontrar um terreno para a construção da Escola Guido Marlière. Em 1955, ano das eleições o nome de Sebastião Cruz, foi indicado para Vice e eles ficaram em 2º lugar.
Em 1958 novamente como candidato a Vice, Sebastião Cruz foi eleito. Em 1962, seu nome foi indicado como candidato a prefeito tendo como Vice Geraldo Luiz Pinheiro, mas por causa da fraude ele não foi eleito, foi mesmo roubado, e perdeu as eleições de 1962 por uma diferença de apenas 96 votos. Em 1963 aborrecido e inconformado com o resultado das eleições do ano anterior se mudou para São Paulo. Mas sempre que dava vinha a Guidoval, viveu em São Paulo 4 anos.
Em uma das suas vindas a Guidoval foi convidado a se candidatar novamente a Prefeito como era um amante da política aceitou. No dia 15 de Novembro de 1966num clima de expectativa realizaram-se as eleições Municipais, desta vez não houve fraude e Sebastião Cruz foi eleito. No dia 31 de janeiro de 1967 Sebastião Cruz tomou posse e começou a transformar Guidoval, começou pela limpeza das escolas Municipais. A primeira obra de maior importância foi a construção do matadouro municipal, antes os bois eram mortos às margens do Rio Chopotó sem um pingo de higiene, assinou um acordo com MEC para construir uma escola com 6milhões de cruzeiros e com o dinheiro construiu duas escolas, por essa façanha recebeu um diploma do MEC.
Depois construiu mais duas escolas, na Serra da Boa Vista e outra no Pombal.
Terminadas as escolas ele continuou calçando ruas, construiu a Praça do Rosário, construiu a Rua da saudade que dá acesso ao Cemitério local e fez uma grande reforma no Cemitério, construiu o Posto de Saúde, a Biblioteca Municipal e concertou a iluminação de Guidoval com uma verba de72 milhões de Cruzeiros que conseguiu em Brasília junto com o Deputado Ozanan Coelho na empresa Minas e Energia. No dia 12 de julho de 1970 ano de novas eleições, ele estava em São Paulo e foi chamado com urgência de volta a Guidoval, porque ele estava sendo acusado por seus adversários de roubo, como podiam acusar este Prefeito, depois de tantas coisas que ele tinha feito pela cidade, mas tudo foi esclarecido. Como os adversários estavam sendo processado por calúnias, Sebastião Cruz foi candidato único às eleições de Novembro de 1972. Ele foi eleito com 70% dos votos apurados, deixando de lado os fingidos. Sebastião Cruz iniciou seu segundo mandato da mesma forma do primeiro, calçando ruas, construiu a Rodoviária e o Prédio da Prefeitura, aumentou a Rede de Iluminação Pública, construiu a Praça Santo Antônio, aumentou os Poços Artesianos, levou Água e Luz até a Rua do Alto e na Vila Trajano, levou luz ao Bairro Pedra Branca.
Sempre trabalhou com cautela, com muito cuidado ao mexer no dinheiro do povo, sua administração de 1973 à 1977 foi muito tranqüila.
No dia 31 de janeiro de 1977 Sebastião Cruz passou a Prefeitura para novo Prefeito que também era de seu partido. Sebastião Cruz resolveu ir novamente para São Paulo, mas foi convidado para ser Conselheiro da COPASA e trabalhou lá por 4 anos. Em 1982 ano de novas eleições ele estava disposto a enfrentar a enfrentar novamente a disputa para prefeito,
e teve que pedir demissão da Copasa. Nesta eleição, os eleitos teriam um mandato de 6 anos. Sebastião Cruz foi eleito novamente vencendo 5 candidatos. No dia 01 de janeiro de 1983, assumiu a Prefeitura pela terceira vez. Construiu um Clube Recreativo, o Quartel e a Delegacia de Polícia, construiu 12 Casinhas para operários da Prefeitura, construiu o Clube Alberto Campos, abriu um Boqueirão no final da Santa Cruz.
Em sua administração 1983 a 1989, Sebastião foi vítima de um ataque cardíaco e ficou internado em Belo Horizonte no Instituto do Coração durante dois dias fazendo vários exames. Como estava em julho no mês da festa de Sant’Ana e do dia dos Guidovalense, por causa da preocupação, tiveram que colocar um marca-passo em Sebastião Cruz para evitar uma parada cardíaca. Ele levou a festa sem problemas até o dia 27 de julho, depois das eleições de 1988, antes que o novo prefeito tomasse posse, Sebastião ainda construiu uma escola na Vargem Alegre, em apenas 40 dias e inaugurou às vésperas da posse do novo prefeito.
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Sebastião ainda se candidatou novamente em 1992, mas aconteceu o mesmo fato do ano de 1962, a fraude das pessoas que não votavam em Guidoval e estavam aqui para votar. Sebastião, conheceu a vida na roça, na cidade pequena, e na cidade grande fez muitos amigos, e até hoje dizem que existiu duas Guidoval, uma antes de Sebastião Cruz e outro depois de Sebastião Cruz.
Dia 16/01/1.996, Guidoval chora a perda de Sebastião Cruz. Não houve quem não se aborrecesse ao saber que Guidoval ficava sem o tão querido "CABORÉ", um prefeito que deixou seu nome gravado no coração de todos os guidovalenses, mas todos sabem que de onde ele estiver continua ajudando Guidoval a crescer e ao mesmo tempo continuar calma e cheia de paz para seus moradores.
TRABALHO BIOGRÁFICO DAS ALUNAS :
Janaína Rafael
Roseli Aparecida de Souza